20.8.12

Sua queixa, minha deixa.
Sua candura, minha cura.

Seu palpite, meu revide.
Seu conselho, meu espelho.
Se minha alma se debate
E dentro em mim se abate
Já não tenho pacto com a sorte
É aproximado o fim de morte

Se eu não teço elogios
Dentro em mim poços vazios
E já não corro para a luz
O abismo me seduz

Triste destino esse meu
De viver pra concluir
Que é mais feliz quem já morreu
Do que quem teima em insistir.

19.8.12

Meu amor pelas letras tem um bom pretexto...
Todo sentimento vira um pequeno ou grande texto.
O escritor vive diferente...
Livre em fantasias,
embora recluso na mente!
Mais atado que o laço de um abraço,
é a mirada de um olhar devoto!

10.6.12

O laço do seu abraço
Armadilha impiedosa
Seu olhar, prisão eterna
Cativeiro distante e perdido
De onde jamais sairei com vida

25.5.12

“Esse silêncio escandaloso
Na min’alma desalmada
É o retrato mal retratado
De uma paz atormentada.”

No olhar que atravessa o vidro de uma grande janela do 1º andar de um edifício comercial, esmaece a frieza do núcleo de uma densa angústia sitiada entre o coração e a alma de uma mulher em fase de autoconhecimento...

À medida que contempla a liberdade do vento chacoalhando as folhas de uma árvore, a coreografia dos galhos incansáveis, embala pensamentos reclusos e asfixiados no interior de sua mente insana, tomada por expectativas, ansiedades, inseguranças e medos paralisantes...

Tornaria simples sua jornada pela vida, se pudesse, mas não compreende nada a respeito de si mesma, pelo menos não plenamente e, apesar de fascinar-se com sua complexidade, atrai-se apaixonadamente por qualquer vã objetividade.

Se pode confiar em sua percepção de mundo, pode também desconfiar de tudo. Mas, se de um lado seu intransferível poder de decisão é a sua fundação, de outro, sua própria demolição.

16/03/2007
Na pele a carícia de uma brisa suave
Frescor de um interior sem culpa

Os pensamentos são pássaros
Batendo as asas, fazendo vento
Compondo melodias doces

O sorriso é brando e livre
Escapa pelo canto da boca
E denuncia a leveza da alma

13/12/2006
Tenho um prazer bem secretinho...
Dissecar seus pensamentos
e deglutir devagarinho.

24.5.12

Falte-me o pão, a roupa, a companhia;
o dia, a noite, o bem e a moradia...
Mas não me tomes o dom de pensar,
nem me negues a capacidade analítica;
porque enquanto os tiver,
esteja certo de que vou lhe questionar.
... E receio que isso seja, pra mim,
mais vital que o próprio ar!
Sei das noites mal dormidas e dos dias de apatia...
Minhas míseras alegrias foram uma a uma sucumbidas.
A brasinha virou cinzas e o coração atrofiou;
Nada que seja palpável em meu caixão restou.
E se passaram dez anos desde a criação desse blog! E eu ainda aspiro inspirações... Ainda arrisco rabiscos, palavras desconexas, fragmentos de um interior multifacetado, mas íntegro e apaixonado pelas letras!

Nesse longo intervalo sem qualquer publicação, eu jogava caça-palavras com minha mente, afogada em pensamentos, observações e análises. Como decodificar tudo isso? Será que muita coisa essencial foi para além do buraco negro do inconsciente?

Ei de descobrir!

22.5.12

Cada vez que alguém direcionar a você olhares que falam, mesmo sem sequer mover os lábios, acredite: - ou essa pessoa ou você tem muito o quê temer. Portanto, não a incite a liberar tais palavras. Ignore sua curiosidade; ela tem funções duvidosas.
Sugiro que todas as palavras não ditas decorem o seu túmulo.
Pois se foram preservadas para não ferir quem você ama,
de certo são lindos adornos em memória de sua nobre passagem pela terra.
Seja lembrada pelo bem que fizeste, jamais pela dor que causara.

21.5.12

Ínfimas são as minhas razões comparadas às mazelas do mundo.
Devo então engolir o choro... Blurp...
Elevo os meus olhos para o monte; de onde me vem o socorro?
Meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.

20.5.12

Eu escrevo como quem chora
soluço em palavras o consolo que demora
derramo-me em versos pro leitor que me ignora
urro todas as dores de uma alma que implora
Se o conflito é a súplica de um interior castigado pela solidão e o desprezo alheio, a paz certamente é o paraíso do afeto recebido, do amor garantido.
Estação sofrimento: Parada obrigatória para o autoconhecimento!
Se não estiver preparado para ficar defronte consigo, não desembarque.
Não se queixe se tiver que ir e voltar centenas de vezes pelo mesmo caminho...
É fato que enquanto não conhecer-se, não haverão alternativas.
Recolha sua indiferença, espalhada pelos quatro cantos de cada cômodo de nossa casa... Se possível for, enxugue todas as minhas lágrimas e abra bem as janelas para que o sol possa entrar e aquecer o nosso mofado ninho.